sexta-feira, outubro 26

Irmãos não acreditam que canibal de Pernambuco seja louco

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Jorge confessou ter assassinado, esquartejado, enterrado o restos mortais 
e até comido a carne das vítimas com as duas esposas

Duas das seis testemunhas ouvidas sobre o caso do trio acusado de matar, esquartejar e esconder o corpo de três mulheres em Garanhuns, no Agreste, e Olinda, no Grande Recife, são irmãos do principal acusado, Jorge Negromonte, 50 anos.

 Os depoimentos foram colhidos na tarde desta quinta-feira (25), na primeira audiência do caso, no Fórum de Olinda, no Grande Recife, sobre o assassinado e ocultação do corpo de Jéssica Camila da Silva. Emocionado, Emanuel Negromonte, o primeiro a ser ouvido, chegou a chorar enquanto era questionado pela promotora Eriane Gaia Alencar. Emanuel afirmou que Jorge chegou a procurar ajuda de psiquiatras e fazer tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Rio Doce, em Olinda. Entretanto, disse que ele fingia ter problemas mentais para poder ter acesso à pensão recebida pela mãe caso ela morresse.

 Mais novo de quatro filhos, o acusado roubou documentos de um irmão, Jeová, para sacar R$ 80 mil da conta bancária dele. De acordo com a família, Jorge começou a perder o contato com os parentes a partir desse golpe. Por ter problemas mentais comprovados, Jeová é o herdeiro da mãe. O irmão prejudicado foi o único que não esteve no Fórum de Olinda nesta quinta. Emanuel disse Jorge foi uma criança normal, embora fosse o mais travesso dos quatro. Na adolescência, tinha muitos amigos e desenvolveu espírito de liderança.

O segundo irmão do acusado a ser ouvido, Irineu Negromonte, confirmou o caráter dele, dizendo ainda que sempre foi um intelectual interessado em leituras sobre as questões demográficas do mundo e interpretações da Bíblia. Aos 17 anos, Jorge começou a escrever e desenhar livros que, segundo Emanuel, continham cenas de violência, tendo mulheres como principais vítimas. Em abril, a polícia encontrou, na casa dos acusados em Garanhuns, um escrito pelo acusado que conta, com detalhes e em capítulos, cada passo da barbárie cometida. Leia trecho abaixo:

 “Vejo aquele corpo no chão, Jéssica desconfia que ainda se encontra com vida, pego uma corda, faço uma forca e coloco no pescoço do corpo, puxo para o banheiro e ligo o chuveiro para todo o sangue escorrer pelo ralo. Ao olhar para o corpo já sem vida da adolescente do mal, sinto um alívio. Pego uma lamina e começo a retirar toda a sua pele, e logo depois à divido.

" Jorge e Isabel são casados há mais de 25 anos, depois que ele conseguiu se licenciar em educação física e começar a trabalhar em academias e escolas. Bruna Cristina era justamente uma das alunas que ele conheceu no Rio Grande do Norte.

 "Conheci Bruna em Natal quando ela tinha 17 anos. Como ela era muito nova, eles não podiam assumir o relacionamento. Quando ela completou 18 anos, vieram para o Recife", relatou Irineu. A família reprovava o relacionamento a três e, por isso, afirma ser distante deles.

 Os parentes de Jorge negaram saber sobre a adoção da menina a que deram o nome de Emanuele. A criança é filha da que pode ter sido a primeira vítima do trio de canibais, Jéssica Camila, e foi batizada Tainá Vitória. Jéssica tinha 17 anos quando os conheceu, era moradora de rua e costumava vender guloseimas e pedir esmolas nos sinais do Recife com a filha. Emanuel e Irineu disseram não conhecer Jéssica e, portanto, não saber como ela foi atraída para a casa em Rio Doce onde provavalmente foi morta.

NE 10

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